domingo, 7 de novembro de 2010

Toronto

Toronto é a maior cidade do Canadá, 4,5 milhões de habitantes segundo o motorista indiano do taxi que nos conduziu do aeroporto ao hotel Clarion na Sherbourne Street. Street isso mesmo, depois de mais uma semana voltávamos a uma cidade onde o inglês é o modus operandi, como em toda a província de Ontario, a quarta que visitávamos. Desolé Quebéc, but I prefer to talk in english!
Como em Montreal e Quebéc, nosso conhecimento prévio da cidade era escasso. Sabíamos: i) que era uma cidade grande, mais movimentada que as anteriores; ii) que no Royal Ontario Museum (ROM) estava a exposição do Exército de Terracota Chinês, uma das descobertas arqueológicas mais importantes já ocorridas; iii) que estávamos perto das Niagara Falls, as maiores cataratas do mundo em volume de água; iv) que a temporada regular da NBA já havia iniciado e que fatalmente haveria um bom jogo de basquete dos Raptors pra assistir. Além disso, eram os últimos dias das nossas férias, então eventuais compras faltantes deveriam ser efetuadas, para assim distribuir os pesos entre as malas que voltariam pro Brasil.

 Metrô de Toronto

Reflexos
Antes de chegar, via internet, havíamos reservado um free walking tour pela região histórica e praças do centro da cidade, então esse era o nosso único compromisso pro primeiro dia e esperança de dicas de lugares imperdíveis nessa grande metrópole. Saímos munidos de mapa e passe de metrô diário para explorar as redondezas e chegar na esquina das ruas Bay e Queen uns 15 minutos antes do horario marcado. O “shape” da cidade impressiona, edifícios altíssimos com muito vidro em toda sua extensão e destaque para a altíssima CN Tower, com mais de 600 metros de altura e o seu dome circular a 350m de onde é possível enxergar a quilômetros de distância. Algo raro nas nossas andanças canadenses, o nosso guia Jason não apareceu, deu o bolo, aguardamos quase meia hora além do horário, tomando o enésimo café aguado, até que decidimos empreender uma caminhada por conta própria.
CN Tower
Vista CN Tower
 Gringa corajosa sentada no Glass Floor


A sexta-feira era destinada à vista aos guerreiros do imperador Qin, que teve sua tumba descoberta em 1977 em um monte na China central. A tumba era composta de várias câmaras com mais de 8 mil esculturas em tamanho natural do seu temido exército, incluindo generais, arqueiros, carruagens e cavalos, além de armamento. Esses caras foram os responsáveis por conquistar e unificar os mais de 6 reinos que há 2300 anos atrás compunham o que é hoje o território da 2ª maior economia do planeta. Simplesmente formidável!
Royal Ontario Museum / Banner Terracota Army

Pra não perder o embalo, e já que tínhamos conseguido 50% OFF na visita ao museu, emendamos um jogo de NBA no Air Canada Centre: Raptores VS. Cavaliers. O time de Toronto, onde joga o brasileiro Leandrinho, venceu o de Cleveland, com uma aula de defesa no terceiro quarto. Placar final: 101 x 88. A Gringa, não grande fã de basquete, gostou do espetáculo, mas principalmente das peripécias das pequenas torcedoras mirins canadenses sentadas à nossa frente.

 Union Station / Air Canada Centre
"Los Raptores de Toronto!"
O sábado foi destinado à excursão para Niágara Falls. Saímos cedo do hotel pra encontrar o ônibus na Yongue com a Queen às 8 da matina. Foram 3 horas até o rio onde se encontram as cataratas, com direito a cochilo e tudo. As fotos falam mais que palavras sobre o visual. No retorno paramos na pitoresca Niagara On The Lake, cidadezinha de descanso com umas lojas de especiarias espetaculares.
 Lado canadense das Cataratas do Niágara
 Maior volume de água do mundo: dá vazão aos Grandes Lagos norte-americanos
 Próxima à garganta

 Tim Hortons!!!
Domingo, 31/10/2010, último dia da nossa trip de férias por esse país fascinante que é o Canada...aproveitamos a manhã com uma última caminhada por downtown em Toronto e a tarde seguimos rumo ao aeroporto de onde eu voltaria pro Brasil e a Gringa retornaria para Edmonton na casa dos amigos AleDagui+baby!!!!
Balanço final das férias: saudades amenizadas e paisagens indescritíveis desbravadas. Temperaturas baixas e elevadas, árvores verdes, vermelhas e amareladas. Inglês desenferrujado e algumas palavras em francês memorizadas. Carcaca cansada, mente renovada e principalmente mais uma etapa da vida celebrada!!

sábado, 30 de outubro de 2010

Ville du Quebéc

A ida de Montreal para Quebéc foi feita de trem com a empresa de transporte Via Rail. Fica a dica comprar os tickets com antecedência, pois são oferecidos descontos de até 60% na tarifa cheia. Valorizamos também o fato de ser a primeira viagem ferroviária que ambos tínhamos na lembrança, acordamos cedo e pontualmente às 7:10 da manhã o conjunto de locomotiva e 5 vagões deixou a Montréal Gare Centrale, com entrada pela rua La Gauchetière, apelidada por nós pela “a rua do Gualdieri”.

A viagem foi tranquila e o no caminho vimos uma sequência de fazendas com diversas culturas. A Gringa conseguiu ficar conectada via wireless e atualizou contatos e e-mails.

Vista da cidade
A chegada a Quebéc deu-se com o tempo frio e com muito vento. Não sabíamos exatamente como chegar ao hotel, mas pelos mapas que havíamos analisado supúnhamos que seria uma tarefa fácil. Estávamos enganados. Apesar de pequena, a Old Quebéc, diferentemente de Montreal e também de Vancouver, apresenta pouca ou quase nenhuma simetria nos seus quarteirões, além disso, existe uma parte alta e outra parte baixa e o nosso hotel obviamente ficava na alta, obrigando-nos a subir com as 3 malas cheias, 1 sacola + mochila e câmera fotográfica, que a esse ponto da viagem com toda essa carga, já se tornava um estorvo.

Saint Jean StQuebéc é encantadora....repleta de muita história e destacamos aqui alguns lugares bacanas que conhecemos: i) o parlamento, com arquitetura que homenageia ícones da história da província e do Canadá; La Cidadelle, fortificação construída pelos britânicos após tomar dos franceses 1763 o controle do estreito que dá acesso ao Ontário Lake e que hoje é sede de um regimento real;
Parlamento
 Fairmount Frontenac
Quebéc iluminada ao anoitecer
ii) o museu da Civilização, que apresentava a brilhante mostra sobre a influência musical africana na música americana e outra sobre a importância da água no planeta;

iii) as ruelas de pedra da cidade antiga com diversas galerias de arte, lojas e restaurantes e finalmente;

 Rua dos Artistas
 Ruelas
 Painel pintado num prédio da Lower Quebec
Sopa de Cebola com queijo suíço

iv) a loja de chás e temperos do Marché Du Vieux-Port, com especiarias dignas de uma expedição às índias do século XIV.

Marché Du Vieux-PortUm pouco pela chuva e frio que pegamos e outro pouco pela limitação a longas caminhadas que certos discos lombares nos impuseram, saímos com a sensação de “quero mais” em apenas 2 dias de Quebéc.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Montreal

Apesar de ter "perdido" duas horas das férias por causa do fuso horário, a maior expectativa era incerteza de chegar numa cidade grande sem muito planejamento prévio. Lemos alguma coisa sobre a cidade subterrânea, largamente utilizada nos longos meses de inverno, sabíamos da existência do Mount Royal (elevação que deu o nome à cidade) e do bairro conhecido como Old Montreal, adjacente ao centro. E era só. A previsão do tempo indicava uma 6ª feira e final de semana chuvosos. Mas nós tínhamos um trunfo valioso que poderia nos ajudar a aproveitar bem a cidade: o ex-colega de Direkt e Sicredi, Gian e sua patroa a Renata, ambos administradores UFRGS e que hoje moram em Montreal.

Mais que nos buscar no aeroporto e nos apresentar o eficiente sistema de transportes de Montreal com combinações de metrô e ônibus, eles nos receberam para jantar na sua casa e nos deram indicações do que valeria a pena desbravar no tempo disponível.


Na manhã seguinte nos deparamos com uma atmosfera completamente diferente daquelas que até então havíamos visitado em outras cidades. Igrejas antigas e imponentes, história de séculos emanando em cada esquina, arquitetura linda e muito bem harmonizada com a parte moderna da cidade. As árvores, não mais os pinheiros que dominavam as Rochosas ou as desfolhadas de Edmonton, mas sim o verdadeiro fall clima, folhas incrivelmente amarelas e vermelhas por toda a parte. As pessoas locomovendo majoritariamente de metrô, diversas conexões com trens e estacionamentos em pontos estratégicos para não congestionar o centro da cidade.
 Hotel com arquitetura típica da cidade
 Basílica de Notre Dame - Montreal
 Catedral Marie Reine Du Monde
Palacio do Congresso

Chama muito a atenção também a fortíssima identidade que o povo de Quebéc (a província onde Montreal está localizada) tem com sua origem francesa. Ao contrário do que vimos no lado oeste, em Montreal o idioma da rua é o francês, em alguns lugares encontramos placas somente em francês e pessoas com um inglês não tão firme. As placas de todos os carros exibem o lema “Je me souviens” ou “Eu ainda lembro” fazendo menção à tomada da cidade de Quebéc pelos britânicos quando esta ainda era um tipo de portão de entrada ao coração da América, através dos lagos Ontário e Erie. Falam “lá no Canadá” de lugares fora da província, como se Quebéc fosse outro país. Outro fato interessante é que aqui eles traduzem nomes próprios de empresas!!!! A The Bay company, por exemplo, é La Baie, assim como vários outros casos.
Bom como fizemos muito nesses 4 dias de Montreal decidimos relacionar os lugares visitados e curiosidades mais objetivamente, ilustrando com fotos.

5ª feira, 21/10: chegada ao aeroporto e deslocamento de ônibus ao centro de Montreal onde estava nosso hotel apart, pois dessa vez tinha até cozinha equipada. Janta na casa do Gian e da Renata, no Bairro Plateau.
6ª feira, 22/10: apesar do frio e do vento, caminhada por Old Montreal, almoço com sopa de cebola e queijo brie e crepe. Caminhada pela Rue Saint Catherine, principal rua comercial da cidade.
 Old Montreal
  Old Montreal
  Old Montreal
  Old Montreal
 Old Montreal
Sábado, 23/10: Novo dia lindo para contrariar a previsão, subida ao Mount Royal e suas diversas vistas para a cidade. Botanical Garden com a atração La Magie de Lanterne, no jardim chinês, que atraiu uma multidão para aquela parte da cidade. Ainda bem que chegamos cedo! Preparamos um mate pra espantar um pouco o frio. Janta no tradicional e sensacional Schwartz, com seu sanduíche de Viande Fumée.
 Vista da cidade do alto de Mount Royal
 Passeando pelo Jardim Botânico
 Jardim Botânico com Gian e Rê
 Expesição de lanternas no Jardim Botânico
 Espantando o frio da noite em Montreal com um bom mate
 Lanternas
Preparação dos sandubas no tradicionalíssimo Schwartz
 Domingo, 24/10: Na estação central compramos as passagens de trem para Quebéc. Visita ao Parc Jean Depreau, com a Biosphere e o circuito de F1 na ilha Notre-Dame. Sighseeing. Ida ao famoso Oratório Saint Joseph, com sua imponente basílica e com interessante legado do Frère André, canonizado no inicio de Outubro desse ano pelo Vaticano. Janta no concorrido La Banquise para degustar o típico Poutine, prato de batatas fritas com variados “sauces” que é muito bom.
Montreal Biosphére
 Circuito Gilles Villenueve
 Oratório Saint Joseph´s
Poutine

Segunda, 25/10: A chuva nos permitiu uma manhã de descanso no nosso apê-hotel, tomamos mate com a térmica emprestada da Renata e planejamos um pouco as próximas etapas da viagem. À tarde partimos para desbravar a cidade subterrânea com suas inúmeras lojas, passagens e túneis. Percorremos uma distância considerável do centro, algo como uns 10 quarteirões sem colocar o pé na rua. Chegamos no Bell Centre, estádio de hockey com maior capacidade de publico da América do Norte e casa dos Montreal Canediens ou, popularmente, Habs, 24 conquistas da Stanley Cup, maiores campeões disparado. Janta no também concorridíssimo Juliette & Chocolate com os amigos Gian e Renata, com direto a crepe com sorvete e frutas flambado no conhaque.
Terça-feira e útimo dia em Montreal..é hora de descansar para o penúltimo trecho da viagem...Quebec City, ou Ville Quebèc. Um abraço especial aos amigos Gian e Renata de Montreal!

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Edmonton e Rocky Mountains

O vôo para Edmonton foi muito tranqüilo. O maior aperto que passamos foi para transportar todas as malas (3), bolsas (2) e mais uma mochila até o aeroporto – que fique bem claro que 90% disso tudo é bagagem da Gringa, 5% são minhas roupas e o restante é a erva mate e o tripé da câmera do Gabriel!! Salve salve o eficientíssimo transporte público canadense, nesse caso a Canada Line (skytrain) que nos deixou no aeroporto em menos de 30min. Chegando no YVR, a primeira coisa que procuramos foi uma balança pra pesar todas as traquitanas e principalmente adequar ao limite de 22 kg por bagagem despachada...ufa, depois de alguns tira-daqui-põe-ali ficou tudo dentro dos limites e nenhuma doleta a mais foi paga por excesso de peso.

Na chegada ao aeroporto de Edmonton encontramos com a entidade Ale-Dagui, grandes amigos que deixaram o RS há 3 anos para vir morar na terra do Maple. Fizemos um breve citytour noturno, atualizamos as novidades e encerramos a noite com um saboroso carreteiro no jantar, a pedido da Gringa.
No dia seguinte pela manhã, sexta-feira, rodamos um pouco Edmonton guiados é claro pelo GPS do PT Cruiser da Dagui, o carro da Super Nanny!!!A cidade é imensa, muuuito mais fria que Vancouver, mas bem simpática. Na seqüência, ainda pela manhã seguimos pela Road 2, rumo a Calgary e com destino final Banff, já nas Rocky Mountain. Paramos nos arredores de Calgary para comer algo e nos surpreendemos com a mudança súbita do clima: na estrada uma mescla de sol com algumas nuvens, depois vendaval, céu cinzento e muito frio. Nossa primeira tentativa de “lanchar” foi no Burger King – sem sucesso e quase saindo logrados pela cashier limitada que nos atendeu. Seguimos então com as opções lights e nos estragamos com 4 hamburguers da A&W, uma rede de burgers aqui do Canadá. Durante a “saudável” refeição vimos os primeiros flocos de neve da nossa viagem caindo pela janela, já que em Whistler não tínhamos visto nevar.Todo o resto do caminho até Banff foi gelado e com neve ao longo da estrada, mas sem prejudicar o tráfego.

Saskatchewan River - Edmonton
Banff
Banff é sensacional, fizemos vários passeios com o Ale e Dagui no sábado e no domingo. Ao acordar cedo no domingo para fazer os passeios a temperatura era de -8ºC e formou cristais de gelo no teto panorâmico da viatura do amigo Ale (o coitadinho tem uma Ford Edge).
Lake Louise, Lake Moraine, Johnson Lake(aquele que o Cárlon trincou com a uma sutil pisada na borda do lago congelado), Two Jack Lake e Bow Lake. São muitos lugares espetaculares para descrever sem tornar-se chato, no entanto, o que mais gostamos foi da companhia dos amigos, que toraram o finde mais sensacional ainda.

 Calgary-Banff Road
 Banff Village
Sulphur Mountain View
Amigos - AleDagui
 Sulphur Mountain view
 Mergulhadores no Two Jack Lake
Lake Louise
Lake Louise
Jasper
Na segunda-feira pela manhã, deixamos o hotel depois de um chimas amarguito nomás e pegamos a estrada 93 em direção à Jasper, que é simplesmente fenomenal, talvez uma das roads mais lindas que existam. Se sucedem ao longo de mais de 250 km os paredões nevados com os mais diversos perfis. Destacamos apenas o Peyto Lake, que alcançamos visualizar depois de uma trilha nevada de quase mil metros, o Columbia Icefields, uma geleira gigantesca que permite acesso de turistas em ônibus especiais com pneus gigantescos e o Athabasca Falls, um conjunto de pequenas quedas dágua lindíssimas que formam trabalhando a pedra ao longo dos milhares de anos e criaram um canyon estreito e profundo. As paradas na estrada para fotografar foram várias, por isso levamos quase o dia inteiro para chegar ao nosso hotel em Jasper.
Fotos em breve....